TOKYO - Quando não Queremos Partir
Perdendo o Medo
Tendo em mente que este seria meu último dia inteiro dedicado somente a Tokyo já me senti triste com a expectativa da partida e para levantar o astral decidi tomar meu café da manhã no hotel e me fartar com o banquete que era o seu café.
Dessa vez não deixei passar nada, comi todos os pequenos e delicados pratinhos que tinha no buffet. Não sei o que eram mas estavam deliciosos, claro uns mais do que outros mas cada um era uma experiência divina.
A Estação tem duas áreas principais de entrada/saída. No lado leste do edifício fica a Saída Yaesu, que era a que eu usava pela proximidade com o hotel. Além disso, o subsolo também possui a saída central do metrô Yaesu que leva ao shopping.
Pelo lado oeste da Estação encontra-se a saída Marunouchi. Este prédio é o mais antigo, construído em 1914. Ele tem uma arquitetura ocidental com seus lindos tijolos vermelhos e seu hall octogonal em amarelo, lindíssimo, me lembrou muito os prédios ingleses.
As duas alas bem diferentes uma da outra. Uma bem moderna, Yaesu, e a outra, Marunouchi, antiga e muito bem conservada. Ela foi quase destruída durante o terremoto de 1923 e durante a Segunda Guerra mas resistiu bravamente.
Da Estação ao Palácio Imperial (Saiba Mais) é uma curta caminhada de 10 min, por uma avenida grande e bem arborizada, com grandes edifícios modernos.
Finalmente conhecendo o Palácio Imperial de Tokyo
O Palácio ocupa um grande espaço na região central de Tokyo e está cercado por um lago e por jardins conhecidos como Imperial Palace East Gardens, que podem ser visitados o ano todo (ficam fechados nas segundas-feiras, eu bem sei..). A parte inferior do palácio, onde vive a família imperial, não costuma estar aberta ao público.
O Imperador e sua família ainda vivem na parte oeste do Palácio Imperial, que foi reconstruído depois da Segunda Guerra. Mas o acesso do público só é permitido 2 vezes ao ano.
Pode-se visitar a área ao redor do palácio e conhecer um pouco sobre a história do local com uma visita guiada ao palácio Mas é necessário fazer reservas com antecedência (saber mais).
Fiquei tentando mais de 1 mês todos os dias mas já estava lotado. Depois soube que eles abrem o livro com 6 meses e no mesmo dia fica praticamente lotado. Então se você realmente quiser se organize com antecedência. Os outros palácios conheci todos.
Os passeios duram cerca de 75 minutos e são realizados diariamente às 10:00 e 13:30, exceto nos domingos e segundas-feiras. As excursões são em japonês, mas são oferecidos fones de ouvido com áudio em inglês.
Embora as estruturas do Palácio Imperial já não existam mais, o terreno foi transformado em um lindo jardim. Alguns edifícios foram reconstruídos e é bem legal conhecer a história de cada edifício.
Também tem uma maquete linda do palácio original com todos os detalhes e plantas.
Foi muito agradável ficar passeando por ele, sentar e esticar as pernas embaixo de uma árvore apreciando as crianças brincando, os namorados e turistas andando pra lá e pra cá, gostosura pura.
Mais uma vez me surpreendi com a quantidade de japoneses caminhando pelo jardim. Realmente eles adoram a tranquilidade dos jardins.
O palácio de Edo foi construído pelo primeiro Xogun Tokugawa, Ieyasu, em 1590. Durante a era Edo foi transformado no maior castelo do mundo.
O resto do terreno é dividido por um fosso e é onde fica o parque que conheci. Depois de tanto relaxar no parque fui para a parte hard do programa. Já que esse era um programa para ter feito ontem.
Agora segui o roteiro original e fui para o Parque Ueno (saber mais). Ele também foi construído pelo Xogum Ieyasu.
Dizem que ele construiu o Templo Kanei-ji e os templos menores no séc 17 para anular os espíritos maus e ameaçadores vindos do nordeste.
Em 1873 depois da batalha Ueno quando os partidários do último Xogum foram aniquilados neste local pelas forças Imperiais, o governo transformou o local em um parque público. O primeiro parque em estilo ocidental do Japão
Ele é muito grande e eu só conheci uma parte dele. Primeiro conheci a Estátua de Saigo Takamori que foi o samurai que instigou a rebelião Satsuma contra o imperador em 1877, bem na entrada do parque.
Como ele não consegui se suicidou. Ele recebeu o perdão póstumo e sua estátua foi colocada ali em 1899 onde também tem o Mausoléu de Shogi Tai dedicados aos samurais mortos em 1868 na batalha de Ueno.
O Parque conta com várias atrações, entre elas um zoológico, o Tokyo National Museum, o National Science Museum e o Tokyo Metropolitan Art Museum.
O parque é um dos endereços mais populares do Japão durante a primavera, quando acontece o Festival das Cerejeiras. Milhares de cerejeiras ficam floridas no local, o que faz com que a quantidade de visitantes no local seja enorme
Fui conhecer um templo pequeno mas lindo do complexo do Santuário Tosho-gu. Junto ao templo fica o Lago Shinobazun.
Fiquei triste porque a floração das Lotus já havia acontecido e só tinha agora suas hastes mortas com as sementes. Deve ser muito lindo quando elas estão em flor.
Na porta do santuário tinha uma barraquinha de comida de rua e fui experimentar, não resisto.
Não gostei, tinha gosto estranho. A primeira que não gosto, mas vou continuar a testar..... As vieiras estavam com um gosto de coisa queimada mesmo e sem tempero, vai ver que o sabor é para ser do queimado mesmo, vai saber, gosto não se discute, ahahahah!!!!
O Templo Kaneiji foi um dos maiores e mais ricos templos da cidade, mas durante a Guerra Boshin (Ueno) foi completamente destruído, só restando alguns edifícios do complexo original do templo, como seu pagode de cinco andares e o Santuário Toshogu que estão espalhados pelo parque.
O atual Kaneiji é um pequeno templo relativamente comum localizado em um bairro tranquilo próximo ao canto noroeste do Parque Ueno. Embora seja pequeno é muito gracioso e você vai encontrar muitos fiéis fazendo suas orações em seu interior. Ele fica bem próximo da atração tão aguardada por mim. Iria conhecer finalmente um urso panda de perto..
E lá fui eu para o encontro dos encontros. Fui conhecer os Pandas Gigantes. Não gosto e não vou a nenhum Zoo mas essa é a única forma de conhecer essas gracinhas então abri uma exceção e lá fui eu. !
Horas de espera em fila interminável no sol de rachar moleira e eu lá, firme no proposito. As japonesas, mais espertas, estavam com lindas sombrinhas e eu morrendo de inveja... Mas pensando bem, elas com aqueles quimonos deviam estar fervendo, Deus me livre !!!
Quando cheguei na frente do cercado dos dois bebes pandas cadê eles? Não dava para ver nada, uma decepção. Estavam dormindo escondidos entre as plantas. Quase tive um pity. Tanto tempo e nada?
Eles podiam avisar que eles estavam dormindo. Eu teria desistido e gasto o tempo andando pelo parque. Sei que panda dorme a maior parte do dia. Mas se eles só estão ativos na primeira hora da manhã, deveriam abrir o reduto a esta hora não no horário que eles estão sempre dormindo.
É pra tira nosso dinheiro mesmo. Ok respira, respira, vamos em frente vamos ver os pais. Dormindo... Só vi a bunda ..ahahahahah!!!!
Já deu pra mim, vou é comprar um de cerâmica e ficar olhando, melhor......
Depois dessa desilusão imensa lá fui dar uma voltinha no parque para relaxar.
Entrei em mais um pequeno templo que fazia parte do complexo do Templo Kaneiji
O templo Kiyomizu Kannondo foi originalmente construído em 1631. Seu design, incluindo uma varanda de madeira que se estende desde a encosta, foi inspirado no templo de Kiyomizudera, em Quioto, e que conheci posteriormente. É bem bonito em suas cores vermelho laca, tão comum nos templo japoneses.
Já meio refeita de tanta desilusão lá fomos pro metro a caminho de Akihabara.
Akihabara - o sonho dos loucos por eletrônicos
Esse é o bairro dos produtos eletrônicos. É de ficar louco. Imagino os aficionados por isso.
É tanta loja e galerias que você fica em dúvida de onde comprar. Prédios inteiros de 12, 15 andares só de eletrônicos ou games. Já fui com alguns nomes de lojas pretendendo comprar tablet e celular pois sabia que era uma loucura.
Depois de muito andar e olhar o que queria, fiquei bem receosa e acabei por não comprar. Não me senti segura de comprar . Não conhecia o sistema usado no Japão que é diferente do nosso e podia ser levada na lorota e comprar gato por lebre.
Na dúvida o melhor é desistir mesmo. Prefiro pagar o imposto e comprar certo e ter garantia completa do produto. Alguns produtos mais caros como o celular e tablet é melhor a segurança mesmo.
A grande maioria dos lojistas não falavam inglês e quem falava só arranhava, mais que eu. Vigeee é ruim né!!!. Mais uma coisa para não arriscar muito.
O que mais gostei em Akihabara foram as lojas de pratos de comidas fake para vender, incrível dá vontade de comer!!
Asakusa - do templo Senso-ji aos kiosques de doces
O bairro Asakusa (saiba mais) tem a atmosfera da antiga Tokyo, ainda se pode ver a antiga capital. Sua principal atração é o Templo Sensoji. Um templo budista muito popular, construído no século VII.
O acesso ao templo é feito através da rua Nakamise , uma rua comercial que há séculos oferece aos visitantes do templo uma variedade de lanches tradicionais locais e lembranças turísticas. Nesse labirinto você vai encontrar lojas especialistas em obi, as faixas do kimono e tudo mais, é de ficar o dia todo só entrando e saindo delas.
Entrei em uma galeria fascinada pelos doces expostos e não me aguentei, resolvi comer um com café, lanchinho da tarde. Estava uma delícia, o pandeló do bolo leve e macio como nunca comi e o café com coração um charme.
O pior é que no Japão quem faz o lixo (você) que o leve pra casa e lá fui eu com meu lixo na mão pro resto do dia, de sacolinha azul na mão. Não achei um lugar para me desfazer dele. Sem brincadeira mesmo! Até nos banheiros dizia para não colocar o lixo de fora ali.
O ponto alto do passeio foi chegar ao Senso-ji Temple. É considerado o templo mais sagrado e espetacular de Tokyo, merece mesmo. Foi o primeiro grande templo que vi no Japão e é incrível.
Ele é conhecido também como Asakusa Kannon. A história dele é legal, parecida com a de Nsa Sra Aparecida.
Dois pescadores acharam no Rio Sumida em 628 uma estatua de ouro pequena da deusa Kannon, a deusa budista da misericórdia.
O mestre dos pescadores construiu o santuário para ela em 645. E sua fama foi de atender as orações e pedidos dos fiéis foi tamanha que o Xogum doou um grande terreno onde esta hoje.
Ele foi um dos poucos que sobreviveu ao terremoto de 1923 que destruiu quase completamente Edo, mas não sobreviveu as bombas da Segunda Guerra. Depois da guerra ele foi novamente reconstruído como o original.
Seu Portão de entrada Kaminarimon, com suas estátuas de guardiões-Fujin (dir) e Rajin (esq) enormes tem suas cabeças originais e seus corpos são novos, impressionantes em seu colorido.
E foi aqui que encontrei meu primeiro Pagode com 5 andares. É uma réplica do destruído na guerra, claro, esse construído em 1973.
O Pavilhão principal do Santuário é laminado a ouro e abrigada a imagem original de Kannon e suas paredes são enfeitadas com obras de arte como anjos com flores de lotus que datam do séc XX , pois as anteriores foram queimadas no bombardeiro.
Em frente a ele tem um queimador de incenso enorme onde não para a queimação de incenso que as pessoas acendem com suas orações, é incrível, nunca tinha visto uma coisa dessa .
Não há um lugar em que você olhe e não há alguém rezando e comprando orações, amuletos, lembranças. É um mercado misturados com fé. Nada diferente dos Santuários cristãos.
Satisfeita com o dia produtivo e agradável, peguei o metro para a Estação Tokyo (saiba mais) e lá fui desfrutar do ISAKAYA de seu sub-solo.
Isakaya é como um PUB informal que serve bebidas e diversos tipos de comida. Normalmente são bem pequenos e servem poucos e estão localizados em pequenos becos.
Eu os adorei e sempre que podia buscava por um. Na estação fui a um delicioso onde comi um Soba com gyosa (saiba mais)
Curti o fim do dia, esqueci o cansaço e a frustação dos pandas e fui passear pelos ruelas dos Isakayas, olhando e sentido os cheiros e ambientes do lugar. Definitivamente quero morar nesse sub-solo para sempre ahahahaha!!!
Este foi o meu último dia dedicado só a Tokyo. Nos próximos dias farei 3 viagens à outras cidades, Nikko, Kawagoe e Kamakura. Estou com grandes expectativas. Espero que não seja como minha visita aos Pandas....
Na minha lista para Tokyo ainda tem algumas coisas que espero ver na volta dos passeios já que não tem hora para fechar, a esperança é a última que morre!
Vamos ter que voltar para ver os pandas!
ResponderExcluirCom certeza. Acho que agora vou é ver no ambiente natural dele, quem sabe consigo.
ExcluirRelato encantador, Cláudia. Rico em detalhes e informações, tanto para quem pretende viajar, quanto para quem deseja se inteirar em tão fascinante cultura. Parabéns! Soraya.
ResponderExcluirObrigada pelo incentivo. Espero poder continuar a agradar em cada postagem.
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