VIAGEM À ASIA - 2023

Castelo de Matsumoto - Japão

Estranho estar sentada  em frente ao computador tentando começar um texto sobre minha recente viagem pela Ásia. Parece ser algo especial, inusitado até, você com 65 anos sair sozinha pelo mundo sendo “apenas” uma mulher. Meus conhecidos ficam surpresos e até apreensivos por mim e eu achando isso absolutamente normal e corriqueiro em minha vida.

Praticamente toda a minha vida fiz minhas viagens sozinha, mesmo quando saí pela primeira vez do Brasil em 1989, sai assim na cara dura sem muito pensar. Os planos eram estudar inglês, acho que na verdade queria mais era fugir do Brasil e ir para a Inglaterra me parecia mais lógico já que tinha amigos ingleses por lá e com uma passadinha logo ali em Portugal para visitar amigos que já haviam fugido para a terrinha.

Vale lembrar que naquele tempo nem se pensava em internet e blogs de viagens para te ajudar. Sem a mínima noção básica de viagem, e horror de meus pais, me aventurei nesse mundão de Deus e vou dizer, foram os maiores perrengues que já vivenciei em uma viagem, e de cada um deles me lembro e me divirto ainda lembrando.

Mas voltando a viagem à Ásia, a algum tempo a sementinha de conhecer o outro lado do mundo estava infiltrada lá no fundo de meus desejos. Minha sobrinha desde muito pequena se apaixonou pelo Japão e fez de tudo para aprender o japonês e, embora aqui em Florianópolis não existisse um professor ela não desistiu do sonho e ligou para tudo que era lugar e associações de japoneses em São Paulo tentando achar que a ensinasse, 10 anos a atentada tinha. Tanto incomodou aquela turma que telefonaram um dia informando que uma japonesa estava vindo morar aqui e poderia dar aulas para ela. E assim ela foi entrando no mundo do Japão e eu com ela. 

Essa viagem foi pensada para duas, mas por contingências ela não pode ir  e resolvi fazê-la por nós duas.

3 anos sem viajar, a pandemia deixou a todos nós trancafiados em casa e superar o medo de contrair a doença enquanto viajava foi muito real para mim. Pela primeira vez me dei conta que poderia ser um desastre ficar doente em um país que não falava uma língua ocidental. Confesso que isso me assombrava algumas vezes, mesmo com um excelente seguro viagem estar sozinha e desamparada se algo acontecesse era real.
Ficar trancada em casa sem poder fazer nada além de ficar bisbilhotando na internet me trouxe de volta essa sementinha, ah!, não posso esquecer que os doramas também fizeram o

seu trabalho, vamos dar crédito, realmente fiquei viciada.

Primeiro era só o Japão com 15 dias conhecendo as cidades principais. Logo 15 dias ficou pouco e passei para 23 dias. E já que estava na Ásia que tal dar um pulinho na Coréia, mais 14 dias no roteiro. Que companhia aérea é melhor.. decidido pela Emirates o stopover foi no Emirates e o roteiro, mais 4 dias. E assim o roteiro de 15 dias virou 42 dias. Vou confessar que foi pouco, sempre é pouco quando nos divertimos.

O Japão é algo inexplicável, ao mesmo tempo que conheço sua história de invasões brutais em incursões ao continente isso não reflete com o povo pacífico e gentilíssimo que encontrei. Nunca visitei um país tão ordeiro com pessoas sempre dispostas a te ajudar, mesmo não pedindo. Mesmo sem conhecer inglês tiravam o celular e abriam um tradutor só para se comunicar, esse é o tipo de sociedade que alicerça o Japão. Para mim esses dois fatores brutalidade e gentileza não se encaixavam. Que povo é esse tão dispare, só sua história poderia me dar uma luz sobre esse assunto, tal como fiz para entender outro povo tão diferente como o alemão. Lá fui em busca da história do Japão.

                                                                                                              Templo Bulguksa - Coréia

Para entender um pouco mais do que iria encontrar comecei uma pesquisa com livro “Os Japoneses de Cecília Sakurai” , ”Guia Turístico Japão da Publifolha” e e-books "O Guia Viagem ao Japão elaborado pela blogueira Marina Tsuge”, sem contar as dezenas de blogs sobre viagem. 

  

Quanto a Coréia foi mais difícil, só encontrei referências em alguns blogs o que foi uma pena já que os dramas assistidos não foram de muita ajuda, fora ir me acostumando com a língua. Mas com o pouco que achei deu para elaborar um roteiro que me ajudou a conhecer um pouco desse país, li tudo em que colocava a mão. Aqui devido às dificuldades com APPs de GPS e outros, minha vida quase virou um caos. Acostumada a usar só as ferramentas do Google quase tive um treco para me acostumar com o tal do Kakao Map, Kakao táxi, Nave e etc… só funcionam apps que tenham seu provedor lá, ou alguma coisa assim, e o tio Google não funciona na Coréia. Foi difícil dirigir usando outro instrumento, só rindo dos perrengues que ali passei, mesmo a pé.

Mesquita de Abu Dhabi - Emirates

O stopover nos Emirados Unidos foi uma surpresa. Um país lindo onde dirigi sozinha sem que alguém olhasse feio para mim mesmo sem usar o véu. Foi uma apreensão que deu em nada, em nem um minuto me senti ameaçada por ser mulher e estar sozinha.

Sei que a minha visão é a perspectiva de uma turista e nem chega a sequer arranhar a essência de sociedades tão diferentes da nossa. Meu relato sobre esses países e seu belo povo é a minha perspectiva pessoal podendo não abarcar toda a realidade.

As fotos que apresento não tem nada de profissional mas para mim são especiais, são minhas memórias, mesmo sendo tiradas com um simples celular Samsung S20. Amei cada uma delas e são únicas.

Nos próximos posts escreverei sobre cada uma das 16 cidades que visitei no Japão, 3 na Coréia e 2 nos Emirates e espero que gostem.

Vou postar sempre as segunda. Aguardo você aqui para trocarmos ideias sobre viagens e roteiros, assunto que amo falar e conhecer!