KAWAGOE - A Pequena Edo

 
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Uma viagem ao Japão Antigo

Acordei literalmente noite ainda, 05:30, para meu padrão de sono é quase impossível sem um despertador. Adoro dormir!

Com certeza era a ansiedade de minha primeira saída da segurança de Tokyo. Tinha planejado pegar o trem para Kawagoe às 09:00 mas com essa ansiedade toda só esperei o restaurante do hotel abrir, tomei um bom café e lá estava eu pegando o trem das 07:30 .

Kawagoe tem 3 estações ferroviárias: a Estação Hon-Kawagoe (Seibu) fica um pouco mais próxima dos principais pontos turísticos do que a Estação Kawagoe (JR e Tobu) e a Estação Kawagoe-shi (Tobu). (Saiba Mais)

Eu cheguei pela Estação Kawagoe porque estava usando o JR Pass, Via Shinzuku Station, que cobria esse trajeto. Quando se chega a estação Kawagoe pode-se pegar um ônibus até a parte histórica da cidade.

Saí da estação pela saída que leva a estação de ônibus, saída do Shopping EQUiA Kawagoe, virei à esquerda e desci a escada e peguei  uma das ruazinhas e segue em frente. Como cheguei 08:30 e tudo estava fechado o melhor era ir conhecendo a cidade a pé, mesmo fechada.

As ruas estavam praticamente desertas, os templos com seus fiéis, fazendo suas preces antes de seguir para o trabalho; velhinhos com suas sacolas indo pra o mercado ou indo para os Pachinkos, casas de jogos.

Sim, nunca vi tantas casas de jogos num só lugar. Ainda não tinham aberto e já tinha velhinho na fila.

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Amém a Budha! Essa joia não foi bombardeada 

Kawagoe (Saiba Mais) é uma gracinha. Kawagoe era um pequeno centro que fornecia mercadorias e também era parada de descanso dos viajantes a caminho de Edo, ela ficou conhecida como a "Pequena Edo".

Se Edo era assim, devia ser muito bonita com suas casas em madeira  escurecidas, ruas estreitas.  Só para lembrar, Edo era o nome de Tokyo antes de se tornar capital.

Seu Centro Histórico e Templos são bem preservados e é inundada de turistas depois das 10 horas. Para meu prazer, cheguei muito cedo e passei tranquilamente por ela e curti mais. Depois ficou inviável de andar por suas ruas.  

Uma coisa que me chamou atenção nesses pequenos templos é que na entrada havia uma roda, me parecia de juta com tecido, segura por dois pedestais. Muitas pessoas passavam por eles e contornando-o 8 vezes fazendo o símbolo do infinito,  .  Não entendi na hora, só muito templos depois descobri, assim me explicou um japonês, que era para ter saúde. Devia ter passado pelo círculo, vai saber.....

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Museu de Arte Yamazoki

Quando dobrei em uma rua dei com uma casa que mais parecia uma fortaleza com uma pequena placa na entrada que o Google traduziu como um museu.

Era o Museu de Arte Yamazoki e como estava aberto às 08:30 entrei, estava bem curiosa para conhecer aquelas casas por dentro e essa era a única forma. 

Achei incrível como elas eram construídas. Robusta, toda em madeira encaixada, parecia uma pequena fortaleza e devia ser pois o período Edo não era para os fracos. Em muitas casas, aqui e em outras cidades, notei as venezianas bem grossas que parecem quase uma porta de cofre.

Entre os itens expostos havia um biombo maravilho, original. Amei sua delicadeza, só podia ser japonês. Muito grande e lindo com garças em voos e no chão e com o fundo dourado da seda com as garças brancas ficou incrível. 

Mas a coisa mais fofa foi quando eu sai a recepcionista havia preparado um chá verde com um docinho de feijão me oferecendo. 

Ela ficou tentando entabular uma conversa mas não falava muito inglês, então sugeri pegarmos o Tradutor do Google e quando ela descobriu que eu era do Brasil seu sorriso foi grande. 

Ficou muito surpresa, dizendo que o Brasil era do outro lado do mundo, e muito interessada me perguntou sobre muitas coisas do Brasil e o que eu estava achando do Japão. E aí a conversa não parou mais e eu constrangida querendo ir embora...

Depois de uma boa conversa e um doce muito gostoso fui embora me despedindo dela. Quando sai para a luz do dia a rua ela já estava repleta de turistas em seus kimonos alugados. Tinha muito ocidental mas a grande maioria era mesmo de japoneses, estudantes e namorados. 

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Centro Histórico de Kawagoe

Fui direto para a Taisha-Romano com suas casas de comercio em madeira escurecidas tão original do Japão da era Edo. O bairro de armazéns, Kurazukuri, na rua Kurazukuri, é cheio de antigos armazéns de terra, edifícios peculiares de dois andares da época em que a cidade prosperou como um importante centro de transporte e comércio 

Depois de ir e vir pelas ruas conhecendo tudo me dirigi a Kashiya Yokocho ou Penny Candy's que é uma rua de comércio de barracas de doces e se chama assim porque a rua é ladrilhada com algumas peças de paralelepípedo de vidros coloridos.
Passei pela Toki no Kane, ou "Sino do Tempo". Ela é uma  torre de madeira de vigilância para caso de incêndio na cidade e está de pé a séculos indicando as horas para a cidade. Ela tem um sino que toca 4 vezes ao dia mas não escutei ou não me dei conta, o que acho difícil pois sou doida pelo som de um sino.

Tem uma rua que passa por baixo dela e foi lá que me deliciei com crisp de batata doce frita.  Mas o que gostei foi ter encontrado uma loja dos Estúdios Guidhi, com um Totoro enorme para abraçar e tirar foto, paciência de esperar na fila porque todo mundo quer. Não resisti e comprei o Totoro e a pequena Mei, muito fofos.
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Provando o Elixir dos Deus!

Pela manhã passei por uma destilaria de saque que estava ainda fechada mas no final da tarde ela esta aberta, por benção de Buhda !!!, e pude entrar e experimentei alguns saques. Meus primeiros goles desse elixir dos Deus aqui no Japão!!  

Posso dizer que aprendi muito sobre saque nesse dia. Saque é como o vinho ocidental. Tem safra, aroma, buquê, uma doidera só. Fiquei fã dessa bebida, tomava sempre que podia e sempre era uma surpresa.

Acho que temos muito pouco conhecimento dessa bebida e pouco se encontra onde eu moro, Florianópolis. O que é uma pena. Sempre que peço em restaurante japonês é de qualidade baixa, por isso minha surpresa. 
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Antes de pegar o trem almocei um Lámem em um pequeno restaurante  bem raiz no caminho  para a estação que estava suave e só não gostei muito da barriga de porco que veio junto ,pois é difícil cortar com o hachi, tem que comer inteiro e eu não consigo.

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Fórum Internacional de Tokyo

Chegando de Kawagoe e ainda sobrando um tempinho no final da jornada diária caminhei da Estação de Tokyo até o Fórum Internacional de Tokyo (Saiba Mais).

O Fórum é um Centro Multiuso com uma variedade de instalações, criado pelo arquiteto mundialmente conhecido Rafael Viñoly (Saiba Mais)

Para quem só vai a passear e não se interessa por arquitetura pode não gostar muito desse passeio, mas não é meu caso que adoro ver a arquitetura diversificada das cidades. 

Isso me dá muito prazer e vou a lugares bem distante só para contempla-los como muito vezes fiz aqui em Tokyo.

Um prédio lindo, moderno, todo de vidro e metal e um grande vão de 6 andares, parecendo um barco.
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Ao lado do Fórum se encontra um prédio para exposições e eventos e o Museu da Mitsuo Aida e nos andares acima são escritórios, entre outras coisas. 

No Museu estava acontecendo uma Exposição de Fotos  "UNKEI DE KAIKEI" , dos artistas Tomohiro Muda e Kyosube Sasakizi. 

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Eram fotos de deuses e guardiões indianos. Os detalhes fotografados eram muito lindos, valeu entrar para ver. 

Satisfeita com o dia lindo e proveitoso e ainda mais com a última visita me dirigi ao Hotel seguindo pelas ruas do entorno da estação e do hotel com o céu se tornando vermelho ao anoitecer, indicando que o dia seguinte seria mais um lindo dia. 

Me dei conta que a área, mesmo tendo uma estação de trem, era muito interessante, decidi   que ficaria aqui da próxima vez com certeza, me senti em casa!



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