NARA - A TERRA DOS BAMBES

 

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Uma Excursão Italiana

Que dia!!  Foi bem compensador. Peguei o trem cedo para Nara. Quando achei que ele ia vazio entrou uma turma de excursão de italianos e Jesus do Céu foi uma algazarra só, o vagão parecia uma feira.

Ainda bem que não tinha japonês nele porque iam ter um pitty. Ao meu lado sentou um casal muito simpático e fomos conversando até Nara. Misturando inglês, francês e espanhol fomos nos divertindo.

Gostamos tanto da conversa que ao final da viagem troncamos celulares, e.mail e tudo mais e vez ou outra trocamos mensagens. O nome deles, vejam a coincidência, era Cláudio e Guilia.

NARA - Patrimônio Cultural da Humanidade

Nara foi a primeira capital permanente do Japão e sua fundação data do ano 710 em Heijo, hoje conhecida como Nara. Antes disso, a capital era transferida para um novo local sempre que um novo imperador subia ao trono.

No entanto, à medida que a influência e as ambições políticas dos poderosos mosteiros budistas da cidade cresceram e se tornaram uma séria ameaça ao governo, a capital foi transferida de Nara para Nagaoka em 784 e alguns anos mais tarde para  Kyoto.

Nara está localizada a menos de uma hora de Kyoto e Osaka, em torno de 45km. Devido à sua importância histórica, a cidade continua repleta de tesouros culturais, incluindo alguns dos maiores e mais antigos templos do Japão .

É uma cidade diferente do que eu pensava, é grande e moderna,. Me agradou muito, talvez valesse a pena ficar mais um pouco lá. Nara tem muito mais a mostrar do que só bambes e templos.

As Atrações Saiba mais

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O parque 

Parque Nara  é um grande parque no centro da cidade. Fundado em 1880, é o local de muitas das principais atrações de Nara, incluindo Todaiji, Kasuga Taisha, Kofukuji e o Museu Nacional de Nara. 
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O parque é bonito mas não tem muito a ver além de árvores e cervos, centenas deles. O fedor de urina em alguns lugares era insuportável, talvez por não chover a muito tempo tenha concentrado, vai saber.

Eles são muito simpáticos e sorrateiros, e andam pra lá e pra cá na cidade, atravessando os sinais na faixa de pedestre e são comilões de biscoito sembei, feito especialmente para eles, é a única coisa que se pode dar à elesEles são bem educados… fazem até reverência pra você pedindo biscoitos.

Mas essa turminha é selvagem, então temos que tomar muito cuidado. Tem placas por todos os lugares lembrando disso. A turma esquece e vira a volta se vê um cervo correndo atrás de alguém assustado 😁😁😂😂


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Porque tem tantos Shikás?


Diz a lenda que em 768, uma divindade chamada Takemikazuchi no Mikoto, apareceu nas montanhas Mikasa, andando num cervo branco. Desde então, as pessoas começaram a venerar os shikás como seres sagrados.

Porém, durante o período Meiji (1868-1912), o Kofukuji - templo que administrava a preservação dos shikás - foi devastado. Isso ocasionou uma queda drástica na população de cervos da cidade.

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Agora, eles são cuidados pela Associação de Preservação dos Cervos de Nara, e foram reconhecidos como Monumento Nacional.

Somente os cervos machos possuem chifres. São poucos com chifres, pois a proporção de macho e fêmea é de 1 para 4, ou seja, 1 macho para cada 4 fêmeas.


Existe também diferentes tipos de chifres. Quando em fase inicial são chamados de ichien-tsuno (chifre de 1 ano), eles tem as pontas arredondadas, são macios e têm alguns pêlos.

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Conforme o sangue do cervo vai ficando rico em cálcio, o chifre macio cai, nos primeiros anos, e nasce um mais duro e pontiagudo. Esse chifre mais duro, é chamado de Fukuro-tsuno.



Templo Kofukuji 


Celebrando seu 1.300º aniversário, o templo influenciou profundamente a cultura japonesa. O Templo Kofukuji possui quatro tesouros nacionais: o pagode de cinco andares e pagode de três andares, o Hokuendo e o Tokondo.

Kofukuji  costumava ser o templo da família dos Fuziwara, que era o clã aristocrático mais poderoso durante grande parte dos Períodos Nara e Heian. 

O templo foi estabelecido em Nara ao mesmo tempo que a capital em 710. No auge do poder Fujiwara, o templo consistia em mais de 150 edifícios.

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O templo apresenta vários edifícios histórico, incluindo um pagode de cinco andares e um pagode de três andares. 
Com 50 metros, o pagode de cinco andares é o segundo pagode de madeira mais alto do Japão, apenas sete metros mais curto que o pagode de cinco andares do Templo Tojide Kyoto . 
O pagode de Kofukuji é um marco e um símbolo de Nara. Foi construído pela primeira vez em 730 e reconstruído mais recentemente em 1426. Não se pode entrar nos pagodes que estão fechado à visitação, em reforma .


Santuário de Kasuga

Kasuga Taisha  é o santuário xintoísta mais famoso de Nara. Foi fundado ao mesmo tempo que a capital e é dedicado à divindade responsável pela proteção da cidade.

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Kasuga Taisha também foi o santuário tutelar dos Fujiwarai. Assim como os Santuários de Ise (que infelizmente não visitei), Kasuga Taisha foi reconstruído periodicamente, a cada 20 anos durante muitos séculos. Com o Kasuga Taisha, porém, o costume foi descontinuado no final do Período Edo.

Kasuga Taisha é famoso por suas lanternas , que foram doadas por fiéis. Centenas de lanternas de bronze podem ser encontradas penduradas nos edifícios, enquanto muitas lanternas de pedra alinham-se em seus acessos.

As lanternas são acesas apenas duas vezes por ano durante dois Festivais das Lanternas, um no início de fevereiro e outro em meados de agosto.

Muitas de suas lanternas externas feitas de pedras estão danificadas e sua proteção de papel furadas por curiosos que colocam os dedos. Essa é uma das razões porque estão começando a proibir a presença de turistas. 

A falta de educação é bem evidente e infelizmente para nós que seguimos as regras da boa educação, vamos ficar sem poder vivenciar essas maravilhas no futuro. Esta acontecendo com o Monte Fugi e o bairro de Gion, bairro das Gueixas em Kyoto. É muito triste.   

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Existem muitos santuários auxiliares menores nas florestas ao redor de Kasuga Taisha.

Entre eles estão o Santuário Wakamiya, uma importante propriedade cultural conhecida por seu festival de dança, e o Meoto Daikokusha, que consagra divindades casadas e é considerado fortuito para encontros e casamentos.

Ele tem vários santuários menores nas florestas ao redor dele, 12 que são dedicados aos deuses da sorte. Acho que é por isso é tão famoso e tem tanto japonês orando, eles adoram apostar, apostam de tudo.. KKKK

Ao nos dirigir para o templo principal de Nara, oTodaiji, caminhamos por meio pequenas ruelas que nos leva á vários outros pequenos templo e santuários. 

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Templo Nigatsu-do Saiba mais

Chega-se ao templo Nigatsu por um pequeno e discreto portão de madeira e uma escadaria comprida, mas de degraus bem largos e fáceis de subir, melhor para os velhinhos já cansados de subir tanto morro e descer..😉😉
A escada com 70 degraus, contados, é ladeada dos dois lados por obeliscos com inscrições que nem o Google traduziu, então não sei o que significam. Acredito que sejam benções alcançadas.
Bem na entrada tem um obelisco com uma roda. Essa eu sei, é a roda da oração, você roda e faz uma oração para seu desejo se realizar...
O Nigatsu-do (que se traduz como "O Salão do Segundo Mês") é um belo salão com vista para a cidade de Nara e proporciona uma vista de sua antiga estruturas e paisagens urbanas. 
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A história de Nigatsuo-do é tão interessante quanto longa. Segundo a lenda, o sacerdote Jicchu viu a divindade budista Bosatsu praticando treinamento religioso na caverna de uma cachoeira em uma montanha no leste de Nara por volta do ano 750. 
Jicchu decidiu construir o Nigatsu-do original para que esse treinamento pudesse continuar no ser humano. Jicchu então realizou uma cerimônia para a qual convidou 13.700 deuses. Um dos deuses, chamado Onyu-myojin, chegou atrasado à cerimônia. 
Para se desculpar, ele ofereceu água perfumada do rio Onyu, e a água repentinamente brotou de onde o deus estava. Este evento marca a origem do Omizutori Saiba mais, festival sagrado de "Tirar Água" que acontece anualmente desde o ano 752, e em Nigatsu-do desde 772. 
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Imagens cedidas por bando de imagens
Como evento climático de um festival de Shuni-e de duas semanas, Omizutori é quando os monges se reúnem no Poço Wakasa, que fica abaixo do Nigatsu-do. 
Apesar de ser um poço seco, às 2h00 os monges conseguem retirar água dele à luz de tochas. Parte da água é distribuída ao público e diz-se que tem propriedades curativas. Nos últimos anos, o festival Shini-e aconteceu de 1º a 15 de março.

Seu salão principal foi reconstruído em 1669 após ser queimado na cerimônia Shini-e. 

Os caminhos na frente do santuário levam ao início da trilha de caminhada do Monte Wakakusa e atravessam o Santuário Kasugataisha, com muitos pequenos restaurantes e casas de chá ao longo do caminho


Templo Todaiji  Saiba mais

Finalmente cheguei ao complexo do Templo  Todaiji. Olha nunca vi um templo de madeira tão alto e grande.

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É um dos templos mais antigos do Japão e o pavilhão que abriga o Grande Buda é o maior prédio de madeira do mundo, como também abriga a maior estátua do mundo de bronze do Buda Vairochana, conhecido no Japão simplesmente como Daibutsu. 

Ele é grandioso, fico imaginando onde conseguiram toras de árvores tão grande para fazer uma construção tão soberba. Para quem gosta de arquitetura vai se impressionar  com a construção das coisa. É de ficar arrepiada, como eu fiquei. Me embasbaquei olhando cada detalhe dessa construção.

Hoje as colunas estão presas por cinturões de metal para contar o envelhecimento e a secagem da madeira, mas resistiram a quanto tempo? Se precisarem ser substituídas, de onde trazer toras tão grandes? Era só nisso que eu pensava😏


Construído em 745, sec. VIII, como símbolo do poder imperial , foi destruído 2 vezes mas reconstruído,  nos períodos  Kamakura e Edo. 
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Já se começa a ficar impressionada na entrada com o Portão Nandaimon, um tesouro Nacional. No portão estão duas estatuas gigantescas de Nió, guardião dos templos budistas.  Essas são cópias, as originais se encontram dentro do templo.

No templo principal onde esta o buhda de 15 metros é de se perder o fôlego. É incrível. 
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Ladeando o buhda se encontram duas estátuas Bodhisattva, uma de cada de cada lado, lindas em ouro contrastando com o verde do Buhda. Pena que a poeira embaça seu brilho. 

Fiquei um tempão só admirando a beleza do conjunto todo.  Dentro do espaço também tem outras estátuas enormes e aterradoras  dos guardiões do Buhda. São as originais dos guardiões do portão de entrada.

Uma das atrações do templo é um pilar que tem um buraco,  e diz a lenda ser do tamanho do nariz do Buhda. 

Aquele que passar pelo buraco será agraciado pela saúde e  felicidade. Precisa ver o tamanho da fila pra passar por ele, nem consegui chegar perto KKKKKKK!!!!!, tô dizendo que o japonês é crente de tudo, fora os turistas.....

Ao final, quando voltei ao centro da cidade, tive meu almoço descansada, um peixe grelhado, tufu,, salada de repolho e missô, não queria mais nada!!!

Mais uma vez me surpreendi com minha destreza com os hashis. Não é fácil separar  e comer um peixe pequeno cheio de espinhas. E não me pergunte que peixe foi, sei lá, só apontei a foto. 😇😁😂





Comentários

  1. Adorei. Precisamos ir lá buscar um pouco da água desse poço! :)

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