SHIRAKAWA-GO - A VILA MUSEU

 
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Cansada do dia anterior quando pensei que iria tomar um Matchá com São Pedro por aquela serra dos infernos 😅😉,  resolvi nesse dia pegar leve comigo e até desligar o despertador e acordar quando acordar, tomar um baita café da manhã à japonesa e pegar um ônibus para Shirakawa-go quando desse na telha, sem stress. 

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Tomei um baita café da manhã com tudo que tinha direito e duas vezes, pois sabia que iria gastar sola de sapato.
Feito isso segui para o terminal de ônibus. O horário que eu queria estava com o  ônibus  lotado e então comprei o próximo horário, às 10:50.
Com quase duas horas de folga, retornei ao hotel que era a 1 quadra descansei um pouco e aproveitei para colocar meu diário de viagem em dia. 
Curiosa para ver como era um spa japonês, aproveitei para dar uma espiada no Onsen, mas como tinha gente dentro não pude tirar fotos, só por fora, uma gracinha. Na volta vou aproveitar

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Enfrentando outra Serra dos infernos 

Desde pequena tenho problemas em viajar no banco de atrás do carro ou andar de ônibus sem que meu estomago se revolte.... e eu entusiasmada pelo café da manhã japonês esqueci desse detalhe e comi a grande, nem lembrando da baita serra que iria pegar, novamente, para chegar a Shirakawa, e de ônibus o que é pior.

Imaginem a viagem agradável que tive...😣😤😥😰😱😲😳😴😵

Só pensei, ainda bem que tomei o café cedo senão lá ia ele embora. Passei a viagem distraindo o estômago. Foi meu anjinho da guarda que não me deixou pegar o ônibus de 09:50, o que seria muito pior hahahahahah!!!!.

A rodoviária quando cheguei já estava com uma fila de arrasa quarteirão  e achei que seria o fim, não haveria lugar, mas chegaram 3  ônibus juntos quando deu o horário e todos subiram tranquilamente e eu peguei a segunda fila de poltrona, na janela, menos mau. hihihi.

A estrada é horrível para valer, acho que é pior que a Serra do Rio do Rastro, podes crer!!! 
O que valeu foram as lindas paisagens rurais, as pequenas vilas que iam passando pela janela.

Quando começamos a chegar próximo a Shirakawa o trânsito complicou, estava quase parado. Parecia a fila para as praias do Norte em Florianópolis no verão, dai-me  paciência!

Enfim Shirakawa-Go

Shirakawa-go (Saiba Mais) é uma simpática cidade de montanha, a 50 minutos de ônibus de Takayama, na região montanhosa de Gifu,
 A aldeia é conhecida por suas típicas casas em estilo gassho e por sua belíssima paisagem de montanhas e florestas, que representam 96% da área.

As casas mesmo sendo um verdadeiro museu, com algumas com mais de 200 anos, são habitadas e toda a vila deve ser respeitada como tal. 
Algumas casas podem ser visitadas por dentro, nestas tem aviso na frente. Mas as vezes é difícil não invadir alguma sem querer, são tão fofas que você se distrai !

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As casas de Estilo Gassho 


São residências construídas com vigas de madeira que sustentam seus característicos telhados de palha com inclinações acentuadas, que se encontram em um pico alto e dizem que se assemelham a mãos reunidas em oração. 

Eles são uma grande forma do estilo arquitetônico de telhados de duas águas conhecido como estrutura “sasu”.

As estruturas estão voltadas para o norte e para o sul, levando em consideração a direção predominante do vento em Shirakawa-go e minimizando a resistência do vento, enquanto controlam a quantidade de luz solar que atinge o telhado, para proporcionar verões frescos e invernos mais quentes.
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Uma das diferenças entre as casas em estilo gassho e outras casas tradicionais japonesas é que os sótãos são utilizados como espaços de trabalho
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Do período Edo ao início da era Showa, a sericultura (produção de seda) foi a indústria de base que sustentava a população da aldeia. 


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Outra característica é o design dos telhados de palha e de duas águas no estilo sasu-kozo. O design de estilo gassho apresenta telhados de duas águas com vigas longas e individuais que definem e sustentam a linha do telhado.


Isso cria um grande espaço através do qual a luz e a brisa podem viajar, produzindo um ambiente ideal para a criação de bichos-da-seda. Você pode sentir a beleza do estilo gassho na função de vida que orienta a forma do espaço residencial.

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Shirakawa e sua Comunidade

Os telhados de colmo das casas de estilo gassho desgastam-se gradualmente e devem ser substituídos uma vez a cada 20 a 30 anos. A manutenção da cobertura de colmo tem sido tradicionalmente um esforço cooperativo que pode envolver até 200 moradores. O espírito dessa cooperação, no qual se pressupõe uma reciprocidade estrita, é denominado yui.
 
Os participantes Yui recebem diferentes funções dependendo de suas habilidades e experiência. O mais experiente geralmente supervisiona o trabalho, enquanto os aldeões mais jovens são encarregados de entregar feixes de grama aos colmos no telhado ou de limpá-los. 

Os membros da família do proprietário da casa servem bebidas durante o dia e, juntamente com outros aldeões, preparam um banquete localmente chamado naorai para todos os participantes, assim que o telhado for coberto com palha.
 
Os moradores de Shirakawa-go se reúnem pelo menos uma vez por ano, geralmente na primavera ou no outono, para fazer telhados de palha no espírito de yui. 

Isso é feito para garantir que as técnicas envolvidas sejam transmitidas à próxima geração. As diretrizes locais que proíbem a venda, o aluguel e a demolição de casas de estilo gassho são outra forma de preservar as tradições centenárias das aldeias.

Andando pro Shirakawa

A aldeia é bem pequena, acho que deve ter umas 50 casa se muito. Uma rua principal que você caminhar em 15 minutos e  já se está na área rural.  

Tem um pequeno templo Zen budista bem simples que fica bem perto do centrinho e é bem singelo, gostei muito de sua simplicidade, combina com a vila.
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Como praticamente todas as casa são moradias e a vida continua dentro e fora delas, encontramos de tudo, roupas no varal, bicicletas jogadas no lado da casa, crianças brincando. Algumas residências com o entorno todo arrumadinho outras nem tanto.

O diferencial é que é entupida de turistas. Fico imaginando que não deve ser muito fácil para eles terem a vida o tempo todo observada porque turista não dá folga hahahahahah!!!

A vila é agradável, mas não tem mais nada além das casinhas, incluindo as paisagens montanhosa deslumbrantes.

Quando a chuva apertou  aproveitei para conhecer uma casa museu e fui em uma que era a casa do monge que fica junto ao templo budista Xintoista. 

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Estava louca para ver uma casa desse estilo por dentro e escolhi a do monge que dava direito a visitar também o templo internamente já que os dois se ligam por uma passagem.

Fiquei maravilhada com a estrutura toda a casa, de sua engenhosidade na construção. As vigas enormes, só juntas por cordas bem amarradas. A casa que visitei tinha 3 andares com o sótão. 

No último andar era onde eles cultivavam o bicho da seda e tinha a exposição dos utensílios utilizados para esse fim. A paisagem das janelas eram incríveis descortinando as casas de cima.

Todas as vigas internas eram pretas pela fumaça de décadas de queima do fogareiro, já que não utilizam uma saída da fumaça como uma chaminé. Quando você em na casa já é impactada com o cheiro de fumaça, meio sufocante.

Isso se deve porque a fumaça é essencial para fumigar a palha de parasitas  e a umidade que possa ter, assim conservando todo o revestimento. Pode ser isso mas a casa tem um cheiro terrível de fumaça.

Se bastante fumaça chegar à palha, o telhado pode durar até 50 anos, então dá-lhe fumaça.

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Após percorrer a casa segui para conhecer o pequeno templo e me surpreendi por sua beleza. Estava bem quieto, sem ninguém. Pude me sentar junto ao altar e fazer minha oração à Budha para que meu retorno não fosse difícil naquela estradinha..
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Quando sai já havia parado de chover. A chuva ia e vinha. Hora o sol brilhava e em seguida caia a maior chuva. Foi um tempo bem bipolar. 

Cada cantinho você se perde observando alguma coisa que não viu antes, mesmo com aquele tempo fiquei num zig zag sem fim pelas ruelinhas.
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Em 3 horas zanzando pra tudo que era lado, e andando por ela duas vezes, decidi que era hora de almoçar no único restaurante que ainda estava aberto. 

E advinhem, os donos não falavam uma palavra de inglês e lá fui apontar o que poderia comer.  Dessa vez pedi a especialidade da casa, estava delicioso o Soba (Saiba Mais)
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Enquanto isso o tempo foi ficando cada vez mais frio, dei por finalizado o passeio e resolvi ir embora seguindo para a rodoviária. 

Havia comprado ticket de retorno para às 17h e tentei trocar para mais cedo mas estava lotado e tive que aguardar mais de 1 horas para o meu horário normal. Não tinha nem lugar para sentar e não dava para ficar lá fora andando porque estava muito frio mesmo.

Vou dizer que foi o primeiro e único banheiro que encontrei no Japão que estava um horror e tive que usar mesmo assim pois já não aguentava mais. 

Sorte que nunca me esqueço de levar papel higiênico na bolsa e uma toalhinha para secar a mão. O fedor dele chegava da recepção, eca...😒😒😒😒😒

Quando cheguei a Takayama fui ao hotel colocar mais roupa e sai para conhecer a parte histórica da cidade a noite. Uma gracinha, amei a cidade. Nisso dei muita sorte ao encontrar esse hotel tão perto de todas as atrações que queria ver.
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Andei pelo antigo distrito sem turista nenhum. Me senti numa cidade fantasma, acho que o frio espantou todo mundo. Aproveitei para ir em todos os lugares e fotografar tudo vazio porque sabia que pela manhã seria um fluxo muito grande de turista por essas ruazinhas tão lindas e originais.

Os americanos não se interessaram pela pequena cidade e ela foi salva dos bombardeiros da guerra, foram poucas que se safaram.

Entrei num supermercado para bisbilhotar o que tinha e comprei meu jantar, algumas coisas que não temos para experimentar, tipo filhote de lula seca e tiras de lula com cerveja. 

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Cheguei no hotel, troquei rapidamente de roupa colocando quimono, peguei a sacola que tinha disponível no quarto com toalhas e buchas de banho e fui logo para o Spa (Onsen). 

Tem todo um ritual para você chegar até as piscinas quentes. Primeiro se deixa a roupa no armário  e se segue como se veio ao mundo para a sala de banhos.

Nesse espaço tem uma fila de torneira com uns banquinhos dispostos na frente e você escolhe onde sentar e faz sua limpeza. Dei uma boa lavada no banquinho, sei lá que tinha sentado pelada....

Aqui já tinham algumas mulheres tagarelando e esfregando os corpos sentadas no banquinho. Fiz de conta que já sabia usar tudo e, segui o ritual, elas faziam eu repetia. 😊😊😊

Depois de se esfregar bem se pega uma caneca com água e se joga sobre o corpo até tirar toda a espuma. Meio esquisito já que tem chuveirinho, mas não se usa para enxaguar o corpo porque pode espirrar água no vizinho, assim dá-lhe canecadas.

Depois de todo o ritual de lavagem corporal se segue para piscina ou para a sauna. Elas seguiram para a sauna seca que odeio e então não fui. Segui direto para a piscina de água quente. 

Jesus do inferninho! aquilo não era água quente, era a saída do próprio inferno, impossível ficar dentro, mau consegui colocar o pé, tentei me acostumar mas credo não fui feita pro calor. 

Saí da piscina e vi uma ao lado uma piscina que não estava fumegando e resolvi entrar, Diabos do Céu, estava com -3 graus, não dá pra acreditar. 

Nessa surpresa todos encontrei uma inglesa que estava adorando a diferença térmica e ia de uma para outra. Chamei ela de louca e ela riu, ficamos conversando, ela dentro da piscina, eu só com os pés, vez ou outra Ahahahahahah!. 

Resolvi desistir e fui embora. Onsen não é pra mim, que pena!!!!! 
Algo que não gostei no Japão e eles amam....  

Assim que cheguei no quarto fui jantar o que comprei. O prato estava uma delícia, sashimi de salmão e atum, camarão e arroz. Como entrada a tal lula seca mal cheirosa com cerveja. Posso dizer que os japoneses sabem fazer cerveja mas a lula, tenho dúvidas do gosto ..... 
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E esse foi meu domingo diferente. Amanhã passo o dia em Takayama e sigo para Nagoia, vou conhecer mais um castelo original.

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