Kamakura - uma história
Kamakura (Saiba Mais) é uma cidade antiga com sua própria cultura. Juntamente com Kyoto e Nara, também foi uma capital política, e foi onde nasceu o primeiro governo samurai do Japão, o "xogunato Kamakura".
Minamoto no Yoritomo foi nomeado Seii-Taishogun (shogun) pela corte imperial em 1192 e estabeleceu seu xogunato em sua terra, Kamakura, sendo o primeiro governo samurai no Japão, antes o poder estava na corte imperial de Kyoto.
Após a morte de Yoritomo, o clã Hojo governou esta área. O comércio com as dinastias Song e Yuan da China prosperou no século 13 e vários aspectos da cultura chinesa, incluindo Zen (Budismo), arquitetura de estilo Zen, estaturas budistas e laca chinesa, foram importados e largamente usada nos templos.
O xogunato Kamakura terminou em 1333. Mas a cultura militar daquela época, na qual se misturavam o espírito simples e forte dos guerreiros, a cultura aristocrática tradicional e a cultura chinesa Song e Yuan, continuou a influenciar grandemente a sociedade japonesa.
Kamakura começou a florescer como uma cidade-templo no século XVII. A partir do século 19, tornou-se popular por causa de praias, áreas de resort e bairros residenciais.
O Yabusame, um ritual em que uma pessoa atira três flechas dinamicamente enquanto monta um cavalo a galope, também se originou aqui. Hoje em dia, o Yabusame é realizado no Santuário Tsurugaoka Hachimangu no último dia do Festival Kamakura Matsuri em abril e no dia 16 de setembro de cada ano.
Meu encontro com o Grande Daibutsu
Diferentes dos grandes complexos de Nikko, os de Kamakura eram relativaente simples, de cores sóbrias mas não menos bonitos, só diferentes.
Quando cheguei a Estação fui ao balcão de informações que fica junto a saída, lado esquerdo, pegar o mapa para seguir o roteiro. Uma senhorinha muito fofa me atendeu me perguntando de onde era e quando disse Brasil, mais uma vez lá veio o espanto, Oh! tão longe... disse sorrindo e agradecendo a vinda.
Meu segundo ato foi entrar na confeitaria da Estação e tomar o café a manhã e para comemorar o Dia das Bruxas comi uma pizza fantasma...
Já reabastecida fui bater perna, e como bati...... Andei para encontrar a Grande Buhda Amida (Saiba Mais), também chamado de Daibutsu. Não foi muito difícil chegar, era só seguir o fluxo de turistas saindo da Estação e rezar que eles estivessem indo para o mesmo lugar...
É uma estatua de bronze de 13 metros de altura e é a segunda mais alta do Japão. A estatua foi fundida em 1252, pesando 93 toneladas.
Originalmente ela estava dentro de um grande templo construído para abrigá-la, mas como ele sempre era destruído decidiram deixar o Budha na rua e assim desde o século XV o bichinho está ao ar livre.
O fluxo de turista aqui é imenso. Ah!, também tem as sandálias da estatua em corda numa parede, deve ser para ele dar um passeio quando não há visitas!!!!
Mais 15min de caminhada numa fila de turistas e cheguei no Complexo Hasedera.
Templo Hasedera
De acordo com a lenda, a imagem principal do Templo Hasedera (Saiba Mais), Kannon de 11 cabeças , foi feita em 721 d.c., a pedido do virtuoso padre Tokudo.
A Kannon era, na verdade, uma das duas estátuas Kannon de 11 cabeças que foram esculpidas em uma árvore sagrada na atual prefeitura de Nara – Mie. Uma delas, foi consagrada em Hasedera de Nara, e a outra foi jogada no oceano com uma oração para fazê-la reaparecer e salvar pessoas em outros lugares. Quando finalmente chegou a costa na Península de Miura, Hase, foi escolhida para consagrar a Kannon. Assim, o Templo Kamakura Hasedera foi estabelecido em 736 d.c.
A estátua possui 9,18 metros de altura e isso a torna uma das maiores estátuas budistas de madeira no Japão
Esse templo pertence a seita Jodo e é famoso por sua estatua de madeira de 9 metros com onze cabeças da Deusa Kannon, a deusa da misericórdia. Ela fica no salão principal e não pode ser fotografado.
Assim que se entra pelo portal do templo vamos passando por um caminho onde há muitas estatuetas dedicadas a Jizo, divindade budista protetora dos viajantes e dos nascituros ou àqueles que morreram antes que seus pais. Tem estátuas de todos os tamanhos e formas, muito graciosas e fofas.
O complexo é um dos mais turísticos e bonitos da cidade. Tem uma posição privilegiada, no lado de uma colina, com belas vistas sobre o mar que banha as costas da cidade
Seguindo viagem me dirigi ao Templo Hokokuji. Esse templo fica do outro lado da cidade, e ai foi um trabalho achar um ônibus vazio para chegar lá, praticamente andei meio caminho até pegar um que desce pra entrar. Imagino que não seja fácil para os moradores que nunca conseguem um ônibus vazio, pois o fluxo de turista em Kamakura é bem grande.
Com isso tive a chance de ir conhecendo a cidade que é muito agradável. Vale a pena sim ficar se perdendo e se achando por suas ruas.
O Templo Hokokuji
O templo Hokokuji é um antigo templo da escola Kenchō-ji da seita Rinzai do Zen Budismo.
Famoso por seu jardim de bambu, também é conhecida como "Templo de Bambu". Uma estátua de Gautama Buda, chamada Shaka Nyorai em japonês, em um salão sagrado é a principal imagem do templo.
Construído em 1334, é bem pequeno, mas super bonito e conservado. Foi destruído em 1920 no grande terremoto mas rapidamente reconstruído.
Logo na entrada nos deparamos com jardins bem cuidados passando uma enorme sensação de paz. Sua principal atração é uma pequena – e belíssima – floresta de bambu e uma charmosa casa de chá com varandinha de frente para a floresta.
Aqui tomei meu primeiro chá macha. Ecaaaa, é bem amargo mas vem acompanhado de dois torrões de açúcar muito bonitos, dá até pena de comer.
Primeiro você coloca o torrão na boca e bebe todo o chá, depois coloca o outro pra tirar o gosto dele ahahaha!!!, se não fosse por eles não sei se conseguiria tomar tudo.
Mas é tradição e os japoneses adoram esse chá e todo o ritual de tomá-lo. A meu lado a mesa sentou-se um rapaz australiano muito educado e ai tiramos fotos um do outro tomando o chá, por sinal ele achou ruim também.
Andar pelo pequeno bosque de bambu é uma gostosura principalmente porque não tinha muito turista, os que tinham eram orientais, portanto silenciosos.
O som que o bambu faz quando o vento passa por ele era uma conversa sussurrada, como conversa de namorados. As vezes até dava para distinguir os risos dos dois!😍💏
Voltei ao centro a pé passando novamente por várias lojinhas e antiquários onde dei uma olhada nas bugigangas japoneses que são muitas, adorei.
Depois de uma caminhada de 40 min decidi pegar um ônibus para a estação. Sentei em um banco vazio e notei no outro banco uma mãe e uma garota. Não deu 5 minutos a garota levantou e veio se sentar ao meu lado como não querendo nada. Logo tentou entabular uma conversa comigo.
Primeiro timidamente, tocou em meu casaco e perguntou algo em alemão. Então respondi em inglês que não falava alemão nem japonês sorrindo para ela. Ai ela começou as perguntas em inglês, uma fofa.
Estudava em um colégio internacional e estudava as duas línguas. Ficamos falando, a mãe atrás no outro banco, até chegarmos na estação onde nos despedimos com um abaixar de cabeça sorrindo.
A mãe passou por mim fez uma curvatura maior e agradeceu sorrindo. Bem legal. São esses encontros que fazem uma viagem ser tão especial. E eu teria mais alguns encontros como esse.
Quando cheguei na Estação passei pela frente do Café e veja o que achei na vitrine, entrei e claro que comprei. Matei a saudade!! Pão de queijo, igualzinho aos nossos.
Chegando na Estação Tokyo como sempre corri para o restaurante. Dessa vez escolhi um grande que tinha uma fila. Aguardei uns 20 min. É impressionante como os pratos pedidos são exatamente iguais aos pratos fake, são perfeitos.
Dessa vez me certifiquei que havia pedido carne de vaca mesmo e não lingua!
Dei uma aliviada no stress com uma boa cerveja e o cansaço se foi. Enquanto esperava pelo jantar fiquei pensando...... Melhor parar de ver doramas e séries japonesas que só aparecem homens lindos..... onde estão? Ledo engano.. KKKKKK!!!!!.
Minha última noite em Tokyo e assim sai pelas ruas escutando seus sons para ficar na memória essa cidade tão rica em contrastes culturais. Espero logo poder voltar e ficar mais tempo.
Tudo pronto para deixar Tokyo, estou triste, queria mais uns 6 meses aqui!!!!!! .
Já despachei minha mala para ser entregue na cidade de Kyoto, enquanto sigo para Matsumoto, Takayama , Shirakawa e Nagoia de mochila.
Essa é a maravilha japonesa que mais amei, poder despachar a mala no próprio hotel para o próximo destino e seguir sem nada. O mundo todo poderia seguir essa dica e facilitar a vida do turista. Nada de arrastar as malas por ai....
Essa logo bonitinha é da empresa de Transporte Yamato (Saiba Mais) que faz essa maravilha acontecer. No próprio hotel você solicita e a recepcionista faz o resto é só você pedir para ela preencher porque precisa ser em japonês.
E pode acreditar, ela preencherá sem fazer cara feia. Você precisa fazer o pagamento na hora, fique tranquilo que não cobram mais por isso. Quando se chega ao hotel ,assim que você se registra, pega a mala novamente, inteirinha. A mamãe gata cuida bem se seus filhotes!
Agora que já passei 1 semana no Japão fico pensando porque não vim antes. Nada do que eu tinha de receios aconteceu, mesmo estando sozinha e não falando nada de nadica da língua.
Por causa de pré-julgamentos podemos deixar de ter ótimas experiências e lembranças . Foi assim também com os Emirados Árabes, nos dois dias que lá passei antes do Japão. Realmente temos que sempre abrir mais nossas mentes para o novo, para o diferente!
E assim já com tudo empacotado vou seguir para mais uma jornada!
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