TOKYO - Continuando a Aventura

FUIPROMUNDO
Koishikawa Kotakeun Garden

Um Roteiro Turístico

Meus dias em Tokyo foram bem puxados, minha lista de atrações era enorme e o tempo escasso. A ideia era não perder nada, foi como se estivesse viajando pelo primeira vez.

Sentia que, como havia atravessado meio mundo num voo de 25 horas, tendo que parar no caminho para poder descansar e me adaptar ao fuso horário, com a ideia de que não voltaria ao lugar, precisava tirar o máximo possível de proveito.

Com o tempo fui vendo que isso era besteira, querer ver tudo é a mesma coisa que ver nada, você não vai curtir e aproveitar o que queria. O cansaço vai nos pegar logo na esquina e o dia vai ser frustrante.

A Quebra do Roteiro

O roteiro era seguir para o Koishikawa  Kotakuen Garden de metro, retornar e ir ao Palácio Imperial, pegar o metro na Tokyo Sta., seguir para Shinjuku, era o mais lógico para maximizar o uso do metro. 

Não contei que o horário de saída se chocaria com a hora de rush na Tokyo Sta. estaria lotado. Quando cheguei estava intransitável e sem olhar o programa, decidi ir então primeiro ao Palácio. E foi ai que a confusão começou. 

Para início de conversa, quando cheguei ao Palácio esse estava fechado porque na segunda não abria. Não me toquei que ao transferir ele de terça para segunda conferir os horários novamente. Isso me fez perder muito tempo. Ao trocar o roteiro fiquei sem linha de metro perto de onde estava.

Olhei no meu mapa a distância do Palácio para o Koishikawa  Kotakuen Garden e achei perto, só 2 km disse pra mim, resolvi ir andando para apreciar as ruas. 

Tá de brincadeira, atravessa avenida, cruza ponte, passa por baixo de viaduto estranho e lá estou eu no subúrbio de Tókyo. 

Achando que o tio Google se perdeu dei de frente com o café tema do Harry Potter, TOLLY'S COFFEE.  Não podia deixar de entrar e tomar um lanche para mostrar ao Vitor!!!! 

Dali bem fortalecida me enchi de coragem e em 5 minutos cheguei ao destino são e salva mas já completamente estressada ahahaha!!! Acho que por aquelas ruas não passa turista porque todo mundo ficava me olhando estranho..

Nossa, valeu o perrengue porque depois do stress todo pude simplesmente me maravilhar com meu primeiro jardim genuinamente japonês.

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Meu Primeiro Jardim Japonês

Koishikawa Kotakuen Garden é considerado uns dos 15 mais belos jardins do mundo, e merece. Como o Yoyogi Park, ele esta cercado pelos arranha-céus de Tokyo, mas quando estamos mergulhados em sua beleza não nos damos mais conta dos ruídos que uma cidade desse porte pode fazer e desfrutamos do prazer de submergimos na contemplação da natureza domada, transformada.

Ele é cheio de detalhes, trilhas que levam a jardins com detalhes específicos, tudo muito zen, replicando paisagens japoneses e chinesas. Deslumbrante. Fiquei bem  umas boas 2 horas andando pra lá e pra cá. 

Sentei finalmente em num banco ao lado do lago e apreciei os reflexos das árvores já se tornando vermelhas com a chegada do outono e aproveitando para me abastecer com meu lanche preferido no Japão, Oniguiri, viciei nesse bolinho. 

Mesmo sendo segunda pela manhã o jardim estava bem movimentado e não era de turistas, que vi poucos, eram os habitantes mesmo que aproveitavam para caminhar e apreciar o jardim. 

Acho que é um habito bem comum para eles. Caminham, dão comida para as carpas enormes no lago e apreciam a mudança da estação, embora ainda estivesse bem quente.

Mesmo adorando estar num jardim desses dei adeus e fui pegar o metro .

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A Batalha com a Bilheteira

Usei o App do Metro de Tokyo para encontrar a linha que me levaria ao próximo destino. Ele me deu um percurso que tinha que troca de linha. hihihihi, foi punk!!!

Me armei de coragem e entrei na estação. Seria meu primeiro teste em comprar um bilhete avulso. Até agora tinha usado o passe da JR que era só passar na máquina e entrar. 

Pra começar não tem bilheteria, não dava para mostrar onde eu queria ir para ao atendente. Uma máquina e mais nada, em japonês. Fiquei no lado na máquina fingindo que estava procurando  a carteira e fui vendo o pessoal comprando o ticket. Ok pensei, vamos lá.

Peguei as moedas e cliquei na tela, apareceu tudo em japonês, obvio, mas no canto direito no alto eu sabia que tinha um menu para trocar de idioma e troquei para inglês, menos mal. Mesmo em inglês a coisa  estava confusa. Tinha a opção de compra por zona, por valor ou nome da estação.

Como não sabia as opções todas e tinha o nome da estação onde desceria foi a que digitei. E nada. A máquina dava o tempo e voltava ao início da tela. Enlouqueci  e gastei todo o meu café da manhã já ali. 

Fiquei uns 10/15minutos batalhando com a máquina e quando desisti o meu anjo da guarda enviou um anjo japonês (eles devem ter convênio lá no céu). 

O senhorzinho viu que eu estava peleando com a máquina sem vencer e perguntou num inglês bem precário se eu queria ajuda. Juro, deu vontade de beijar o velhinho. Mas lembrando que se o fizesse ele infartava ali mesmo, mostrei onde eu queria ir e ele sem falar nada mostrou tudo o que eu precisava. 

Mostrou passo a passo como usar a máquina e me deu o ticket. Depois foi até um mapa grande e mostrou onde eu estava, quantas estações eu tinha que passar, sair a pegar a outra linha e onde descer também. Uma fofura.

Posso dizer sem medo que todas as vezes que eu tive problemas para me localizar ou fazer algo  e ficava meio desnorteada, alguém parava delicadamente ao meu lado e me perguntava se precisava de ajuda. Foi assim em todas as cidades. 

Em país  nenhum tive esse tipo de ajuda sem pedir.  A única vez em que isso aconteceu foi a 40 anos em Paris com um senhor de fraque e chapéu de coco num domingo de manhã. 

De verdade, estava com minha amiga inglesa Jean. Ah! Ele tinha uma bengala daquelas com cabo de prata. Nos viu com o mapa perdidas e perguntou onde queríamos ir. A Jean quase surtou achando que era um assalto, foi hilário.

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Uma Vista pra Chamar de Minha

Observatório do Prédio do Governo MetropolitanoAs plataformas de observação nas torres do edifício principal proporcionam vistas de monumentos famosos de Tóquio e arredores. Os deck de observação ficam no 45 andar de cada torre . O melhor de tudo é que as plataformas de observação são gratuitas.

Se tem uma visão ampla de toda Tokyo e dizem, não vi, em dia muito claro dá para o Monte Fugi, meio que duvido, mas vai que....

Os turistas já descobriram a atração a os elevadores ficam bem cheios e sempre tem filas grandes, mas o fluxo é bem rápido pois os elevadores vão direto aos decks e não param em nenhum andar dos prédios. 

Enquanto estava esperando entrou uma mulher de bicicleta, dava para ver que era bem pobre. Parou a bicicleta e começou a berrar bem auto, pelo visto estava protestando sobre alguma coisa. Ficou uns 10 min aos berros e depois pegou a bicicleta e foi embora. Os guardas chegaram mas não fizeram nada. Não sei se por medo das fotos, ou se são sempre assim educados.

Ao sair do prédio me deparei com meus primeiros sem teto em Tokyo. Vê propriamente não vi, só seus pertences bem arrumadinhos embaixo do viaduto que passei. Mais adiante vi um casal de idosos deitados no banco com os pertences em carrinhos. saiba mais


A Cacofonia de Shinjuku

Shinjuku é um dos bairros mais interessantes de Tokyo. Tem muitos shoppings, lojas de departamento,(depato) hotéis de luxo, bons restaurantes e um imenso fluxo de pessoas nas ruas. 

Tem uma vida noturna animada e ainda tem a estação de trens e metrôs mais movimentadas de mundo: mais de 3 milhões de pessoas passam por ela diariamente. 

Imaginem que a estação  tem mais de 200 saídas. Imagino que se me perder nela vou ter que chamar a emergência pra me tirarem de lá. Entrei mesmo em pânico de me perder.
 
Achei que Shibuya era muito barulhento, ficou agora em segundo lugar. Quando a gente sai da Estação de Shinjuku é um susto de sons se misturando. São os painéis de propaganda nos prédios, carros de som nas ruas, as pessoas falando alto para serem ouvidas, é incrível.

Eu nunca tinha visto painéis de propaganda nos prédios com som alto, rua com caixas de som nos postes com ruídos do Godzila e músicas. É mesmo outro mundo.

Na frente da estação se encontra o famoso painel em 3D com o gatinho miando e falando ao microfone. É uma multidão  parada na calçada, como eu, para ver o gatinho e filma-lo fazendo estripulias. Essa multidão se mistura aos passantes apressados pedindo "sumimasen" e seguindo em frente meio contrariado. E tudo no final dá certo, cada um segue seu caminho.

Fiquei andando pelas ruelas e vendo as lojas até que cheguei em Kabikicho e na rua do Godzila e é uma barulheira. Não tem como se perder, assim que botamos o pé  rua escutamos seus rugidos e o som de luta. Se esta distraída como eu leva um susto. A cabeça do Godzila fica bem encima do Hotel Gracery.

Como já era passava das 17 horas e o metro já devia estar começando a lotar resolvi deixar o divertimento em Shinjuku e seguir para a última parada, o Museu Art Aquariun, em Ginza.



Peixinhos Dourados

Art Aquarium fica localizado no bairro Ginza,  nos 8º e 9º andares do Edifício Ginza Mitsukoshi. São milhares de peixinhos dourados nadando em recipientes de vidro de todos os formatos e tamanhos, iluminados com projeções em movimento e luzes multicoloridas. 

Eles tem peixes dourados raros e comuns em exibição nos nove espaços de exposição do museu, incluindo  o Origamirium, o Bosque de Bambu dos Peixes Dourados e o Corredor dos Peixes Dourados.

É bonitinho mas poderia ter ficado mais tempo em Shinjuku e ter visto os letreiros noturnos. Me arrependi. Talvez se tivesse com criança seria uma boa atração, bem que gosto de 
aquário então não foi de todo ruim.

Saindo do Museu deu uma caminhada pela avenida principal de Ginza.

Ginza é mais um distrito de Tokyo e  é um local de luxo e que tem como atrações principais a rua Chuo-Dori, uma via cheia de lojas de alto padrão, o Ginza Wako, edifício em uma esquina que tem um relógio que é um dos símbolos de Ginza, e o Kabukiza Theather. 

A região reúne muitas lojas populares, mas principalmente lojas caras e de algumas das marcas mais exclusivas do mundo!

Tinha deixado Ginza por último porque era bem perto de meu hotel e voltaria a pé curtindo as ruas, mas como já não sentia meus pés resolvi pegar um taxi. 

Mesmo naquela hora de rush consegui rapidinho um taxi e para minha surpresa parecia aqueles taxis pretos tradicionais de Londres, uma graça e o motorista era um velhinho bem educado.

Embora estivesse a algumas quadras do hotel e seria muito baratinho ele não reclamou e me deixou em frente ao hotel. Claro que foi um parto nos entender pois não falava nada de inglês. Me lembrei que tinha um print em japonês do booking sobre o hotel, valeu. Esqueci o cartão de visita do hotel no quarto.

Neste dia me dei conta que devia rever o meu roteiro ou não chegaria ao fim da viagem, o que foi uma boa resolução.



Comentários

  1. Douglas Scheidt26/02/2024, 17:39

    Se você sobreviveu ao metrô de Tokyo, nada mais te segura na vida!

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