TOKYO - O Japão Cosmopolita

TOKYO - UM ENCONTRO COM A CULTURA


FUIPROMUNDO  
Flor de laranjeira - Tokyo


Minha aventura no Japão começou por Tokyo onde fiquei por 6 dias, com bate/voltas para Nikko, Kawagoe e Kamakura.


Quem vê a mega cidade que Tokyo se tornou não consegue imaginar que ela começou como uma simples vila de pescadores à margem do Rio Sumida. Em 1590 era conhecida como Edo quando se tornou o centro do poder com a era do xogunato.

Só se tornou realmente capital em 1868 quando foi rebatizada com o nome que a conhecemos hoje, Tokyo. 

Destruída por um terremoto em 1923 e completamente bombardeada na Segunda Guerra, ela sobreviveu, se reescreveu e se tornou uma cidade moderna e pungente, brilhante, com tantos neons que faz da noite dia, maravilhoso!

É uma cidade que não dorme, dizem isso de New York, Paris, Londres, aqui também. Se dormirmos, temos a sensação de que estamos perdendo algo muito importante lá fora.

Mas não se engane, tudo é moderno, mas as raízes tradicionais do povo japonês estão lá fincadas bem profundamente, nos seus templos, palácios, praças, roupas tradicionais.

O moderno e o tradicional se mesclam de forma harmoniosa, a cultura é sua própria essência. Os japoneses não perderam o sentido de tradição, de cultuar sua religião, seus ancestrais e você sente isso em todos os templos. 

No meu Roteiro de viagem estava visitar os principais bairros de Tokyo que são imperdíveis  Shinjuku, Akihabara,  Shubuya, Ginza e Asakusa. Mas não dá para ficar só nesses mais turísticos. O melhor é a aventura pelo bairros, é ai que a diversão começa. 



Um Domingo Especial


Minha aventura começou com minha primeira vez que pegando um metro nessa megametrópole e achei que porque era domingo estaria vazio, mas que nada foi meio punk. O bom é que é muito fácil andar de metro, ele é muito bem distribuído. Vou fazer um post só sobre o metro mais para a frente.

O metro estava cheio com famílias saindo para o lazer. Se vê de tudo dentro do metro desde os "Homens de Preto", aos jovens vestidos de underground, lolitas (moda jovem)  entre os que reconheci, são muitas as "tribos" por aqui. É muito legal ver essa miscelânia em um pais tão certinho. Dá para fazer turismo criando um roteiro de "tribos", Tokyo é o lugar certo para isso. Estão por toda as parte, é muito gracioso, adorei. Não se vê muito disso em outros lugares. Não é uma fantasia, é um modo de vida para os jovens em uma sociedade tão tradicional.

Quase não uso metro em minhas viagens pois tira o prazer de vermos a cidade como ela é mas no Japão usei para chegar a parte mais longe do roteiro e vinha andando até o final do roteiro e 90% do tempo estava próxima do hotel. 

FUIPROMUNDO



Santuário Meiji-ji

Minha primeira incursão em Tokyo foi ao bairro Shibuya, mais precisamente ao Santuário Meiji-ji.

Pude constatar pela primeira vez a tradição familiar japonesa de visitarem o templo em vestes tradicionais para apresentar o membro mais novo da família ao budismo, prestar homenagem aos ancestrais ou simplesmente orar e fazer um pedido.

Para chegar é muito fácil, basta pegar o metro até a  Estação  e ao sair dela já nos deparamos com o grande Torii indicando sua entrada. Não dá para não identificar com a quantidade de turista tirando foto em frente a ele. É só seguir o fluxo.

Quando se entra no terreno do Santuário você já se sente transportada para outro lugar, você caminha por uma alameda bem larga circundada por uma florestas linda, com mais de 100.000 árvores, e o som da floresta abafa o barulho da cidade e você só escuta o canto do vento e dos pássaros. Muito lindo!

O que achei legal no templo foi que eles vendem de tudo para a sorte ou desejos para o fiel. Em uma lojinha tinha uma fila de gente esperando para pegar um OMIKUJI.

Se coloca uma moeda de 100 yen e se sacode um bambu que tem vários palitinhos com o número da gaveta onde esta o Omikuji.

Primeiro se coloca uma moeda de 100 yen em uma caixinha, depois você pega um recipiente onde estão tabuinhas com o numero da gaveta , você abre a gaveta e pega sua sorte. Todos os templos que fui tinha essa modalidade de sorte.

Em meu Omikuji estava escrito "Se apenas negligencias e nunca poles até brilhar - Até joias preciosas permaneceriam parecendo telhas foscas feitas de barro". É um poema Waka composto pela imperatriz Shoken, cujo espirito é consagrado nesse templo.

FUIPROMUNDO

O templo é cheio de coisas para comprar para fazer sua oração, eu fiz a minha pedindo que a viagem transcorresse sem problemas e assim ocorreu.

O Santuário xintoísta é relativamente novo, construído em 1915, é pequeno mas muito gracioso, bem discreto em comparação aos outros que vi. O templo em si é em madeira escura sem muitos adornos fora os detalhes em ouro, bem elegante, gostei muito.

Ele foi destruído na Segunda Guerra mas a população, através de arrecadação de donativos conseguiu reconstrui-lo como era.

Aqui faço um adendo, quanto ao que observei em quase todos os templos. O desrespeito de turistas aos fiéis budistas, pessoas rindo e falando alto enquanto ao seu lado pessoas estão rezando. Você não vê isso nas igrejas católicas, uma pena.

Talvez porque ao contrário da igrejas cristãs que são templos fechados, os templos budistas ficam em áreas abertas com vários pavilhões, isso deve facilitar para que se esqueça o ambiente de oração e meditação.

Não devemos nos esquecer que ao viajar descobrimos novas culturas, gastronomia e respeito ao que é diferente de nós. Senão a viagem não tem serventia.




Parque Yoyogi


Continuei andando até o Parque Yoyogi. Não tem nada mais japonês que passar um domingo no parque.


O parque é enorme, cercado de um lado por uma grande avenida e de outro por uma floresta, que o liga ao Santuário. Você caminha em meio a vários grupos musicais de várias idades, velhos sentados em suas cadeira com um amplificador escutando suas músicas, jovens perto com outro amplificador dançando outro som, sem contar crianças, também com seus amplificadores, fazendo demonstração de dança rock.


Tudo um caos de barulho, mas todos se entendem. E nós, os caminhantes, vamos apreciando, parando, dançando e curtindo. Um verdadeiro domingo de sol para curtir.




Se perdendo por Tokyo


Saindo do parque atravessei a avenida Yoyogi Park até a Takeshita-Dori(rua) que vive sempre lotada nos finais de semana, mas estava quase vazia quando cheguei nela. 


Descobri que seu fervo é no período da manhã quando todas as tribos se encontram por lá e eu não me dei conta disso. Foi   pena  não ter visto esse movimento


Com a Takeshita-Dori esvaziada peguei a Avenida Meiji-dori e fiz um baita estirão até o cruzamento mais famoso de Tokyo, o Shibuya, onde cheguei com a língua no chão hihiihi!.


O cruzamento de de Shibuya é imenso mesmo, não é a toa que todo turista quer ver o formigueiro e se aventurar nele. Me surpreendeu o número de pessoas atravessando pra lá e pra cá num domingo a tarde. Sem dúvida durante a semana deve ser impraticável.


Logo que você atravessa percebe uma multidão, parada, fotografando, observando algo. Lá esta a estatua de Hachiko. Muito fofo, também tem um painel com ele, em frente, na parede da Estação Shibuya. Quem não se lembra do filme com Richard Gere e o cachorrinho?


Nessa área você enlouquece com o barulho dos carros de som fazendo propaganda. São caminhões enormes e passam num vai e vem com o som a toda. Uma verdadeira cacofonia, não sei como se entendem.


 


Centro Nacional de Artes de Tokyo


Quando se esta fazendo turismo ou falta tempo para ver tudo ou ficamos com tempo sobrando e nos perguntando o que posso fazer mais. Ainda bem que tinha uma listinha de lugares que queria visitar mas estavam em stand by.


Foi assim com o Centro Nacional de Artes de Tokyo, que era logo ali de onde eu estava, dizia o Google Maps. Jesus.... foi tipo.. logo ali de mineiro ahahahh!!


Levei mais de 1 hora pra chegar, mas foi legal porque passei por áreas da cidade que nós como turistas não andamos e vi um Cemitério em Aoyama que é um cemitério público.  O interessante é que ele tem uma secção para japoneses e outra para estrangeiros, então uma parte é budista, outra cristã. Nem na morte se misturam.


Sempre achei interessante visitar cemitérios antigos. Adorava fazer isso quando estava na Inglaterra  eram muito interessantes, a arquitetura das lápides. Não conheço ninguém que foi a Buenos Aires e não visitou o cemitério da Recoleta.

Fechei o meu dia com chave de ouro ter conseguido chegar ao Centro Nacional de Artes de Tokyo. Ele é muito lindo, moderno, as fotos não fazem jus a sua beleza.


O prédio é como uma onda, em vidro e cria uma ilusão incrível com o sol e as luzes. Ele tem 4 galerias com exposições permanentes e outras tantas itinerantes.


Em uma das galerias estava ocorrendo uma exposição de Yves Saint Laurent. Eu já havia visto uma em Londres então resolvi não entrar e fiquei sentada em uma poltrona só admirando o vai e vem das pessoas


No segundo andar esta instalado um café/restaurante com uma vista linda para todo o complexo, tentei tomar um café mas estava lotado não aceitando mais espera. Tudo bem, fiquei só admirando tudo.




Uma Descoberta


Com tudo ticado do meu roteiro e um pouco mais, resolvi encerrar o primeiro dia na terra do Sol Nascente e fui pegar o metro para o hotel. E lá me perdi novamente na Estação Tokyo. Jesus, o azar virou sorte!


Precisamos nos perder para nos achar. E foi o que aconteceu. Nessa perdida achei as maravilhas das maravilhas. No subsolo da estação existe uma cidade inteira, com shopping, restaurantes, áreas de lazer. São ruas e mais ruas. Aqui foi bom me perder ahahah!


Me apaixonei perdidamente pelos Izakaias e voltei praticamente todas as noites para jantar uma especialidade diferente. É o lugar ideal para você deixar seu cansaço sumir sem ter que procurar onde comer. Um saque ou cerveja acompanhada de um prato especial é tudo o que precisamos no final do dia.

   

 FUIPROMUNDO
    Para aliviar o cansaço 

  FUIPROMUNDO
                                                    Depois os pezinhos para cima                                                                         

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